"É fundamental criar marcos regulatórios que estimulem o uso de energias renováveis"

“Integração de Vetores Energéticos” é o mote da XIV Conferência Anual que juntaram, esta quinta-feira, 9, num dos hotéis de Santa Maria, na ilha do Sal, os 12 membros da Associação dos Reguladores de Energia dos Países de Língua Oficial Portuguesa (RELOP) para, entre outros assuntos, refletirem sobre a segurança do abastecimento no contexto da integração de vetores energéticos e flexibilidade, armazenamento e participação da procura.

Durante o seu discurso de abertura deste evento, em que estiveram presentes mais de 80 pessoas, oriundas de vários quadrantes sociais, desde académicos, especialistas, profissionais do setor energético, empresários e jornalistas, a presidente da ARME, Leonilde dos Santos, afirmou que a integração de vetores energéticos requer investimentos e infraestruturas adequadas como redistribuição e armazenamento de energia, além de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias avançadas.

É que na perspetiva da responsável da ARME, é fundamental promover políticas públicas, atualizar e/ou criar marcos regulatórios que estimulem o uso de energias renováveis, a integração de vetores energéticos, a eficiência e, principalmente, a consciencialização da população para a importância destas medidas de extrema importância”,

De acordo com a Leonilde dos Santos, a transição energética global tem como firme propósito reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e acelerar a adoção de fontes de energia renovável, visando mitigar as mudanças climáticas e promover a sustentabilidade ambiental.

“A Integração de Vetores Energéticos, enquanto mote desta conferência, consiste na combinação de diferentes fontes de energia, como solar, eólica, hídrica, biomassa, a nuclear e outras para suprir as necessidades energéticas de forma mais equilibrada e desertificada”, explica a PCA da ARME, para quem esta abordagem permite explorar as vantagens de cada fonte enquanto compensa as desvantagens e limitações de cada uma. “Além de benefícios económicos e financeiros, a integração de vetores energéticos contribui, igualmente, para a segurança energética”, sublinha Leonilde dos Santos.

“Pois, ao diversificarmos as fontes de energia estaremos a evitar a dependência excessiva de uma única fonte, como o petróleo que pode trazer instabilidade para a economia e gerar crises energéticas como já testemunhamos no passado”, lê-se, ainda, no discurso de abertura e boas-vindas, proferido pela presidente da ARME.

Já a propósito da escolha da Ilha do Sal, como palco deste evento, Leonilde dos Santos afiança que não se esbarra somente na necessidade de descentralização das atividades da ARME, enquanto entidade reguladora multissectorial, mas também pelas características e desafios que a própria ilha tem, já que é a mais turística do País. “Segundo os dados oficiais, entraram em Cabo Verde, só em 2022, mais de 830 mil turistas, sendo que 61% dessa procura turística visitou a ilha do Sal”, enfatiza.

A parte da tarde foi reservada, segundo programa, à uma mesa redonda, subordinada ao tema: “desafios regulatórios à integração de novos vetores energéticos, durante a qual os conferencistas tentam perceber de que forma é que a diversificação de vetores pode oferecer oportunidade significativa para reduzir as emissões de gases com efeitos de estufa e avançar rumo a um sistema energético mais sustentável.

Foto-reportagem:

(Ver mais fotos do evento, na página da ARME no Facebook).