A Agência Reguladora Multissetorial da Economia (ARME) organiza, entre 9 e 13 de setembro de 2024, o Segundo Fórum Lusófono de Governação da Internet, na qualidade de ponto focal do Fórum de Governação da Internet Cabo Verde, tendo a problemática da organização e presença do português na Internet, como pano de fundo.
A decisão foi tomada durante a primeira edição do evento que aconteceu no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, Brasil, entre os dias 18 e 19 de setembro último, em resposta ao repto lançado pela delegação da ARME, presente no evento, na pessoa da sua presidente, Leonilde dos Santos, em tom da morabeza crioula que, mereceu, de resto, a anuência unânime dos presentes.
Na ocasião, tal era a curiosidade dos participantes, em saber o significado da palavra morabeza, traduzida na forma afável e simpática com que o desafio foi lançado e, prontamente, aceite pelas organizações presentes no Primeiro Fórum Lusófono de Governação da Internet.
É que a ARME olha para o Fórum Lusófono de Governação da Internet como um elemento aglutinador entre os cidadãos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), na divulgação de conteúdos em língua portuguesa, através da rede mundial de computadores com acesso à internet.
Outrossim, a ideia de realização do Segundo Fórum Lusófono em Cabo Verde é retomada na Carta de São Paulo, de 14 pontos, onde constam os compromissos saídos do evento, assim como o reconhecimento da importância da diversidade linguística e cultural expressa na unicidade do falar português na internet, pelas nações da lusofonia.
“Aplaudimos a equipe de organização pela brilhante produção desse 1º Fórum Lusófono, e a convidamos para também apoiar a organização do 2º Fórum em Cabo Verde, propondo e criando um secretariado com representação multissetorial, equânime e em conjunto aos países lusófonos para oportunamente debaterem, apresentarem programação da próxima edição e proporem diretrizes a serem aprovadas para as futuras edições anuais do Fórum Lusófono de Governação da Internet”, lê-se na Carta de São Paulo, que pode ser consultada através do link: https://lusnic.org/pt/igf-lusofono/.
ARME na Governação da Internet:
A ARME, no exercício das suas atribuições, desde sempre, esteve engajada na promoção e divulgação de políticas publicas e regulatórias, que tem que ver com a governação da internet. Quanto mais não seja, tudo o que se relaciona com a presença do português na internet.
Neste sentido, foi realizado em junho de 2020, em Cabo Verde, o primeiro Fórum de Governança da Internet, que aconteceu em formato online, em virtude da pandemia da COVID-19. No total, a entidade reguladora já organizou três fóruns, sendo que o último aconteceu a 20 de junho deste ano, na Universidade de Cabo Verde, subordinado ao tema: “A Internet que Queremos – Empoderando Pessoas”.
Recorde-se, entretanto, que um dos painéis desse fórum foi dedicado à língua portuguesa e centrou-se sobre a ideia da “presença da língua portuguesa na internet e nas tecnologias linguísticas: implicações na governação da internet”. Durante as suas comunicações os oradores desse painel deixaram valiosos contributos para o nosso país, entre os quais a importância de internacionalização da língua portuguesa e proteção da comunidade lusófona, através de produção e disseminação de conteúdos na internet.
Com vista a criação de um grupo de trabalho para a organização deste evento em Cabo verde, iniciou-se, na última sexta-feira, 29 de setembro, a primeira reunião (virtual) preparatória, entre os representantes da ARME e os das entidades que estiveram na organização do fórum do Brasil, durante a qual que se falou da necessidade de envolver a CPLP, o Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), o Governo, as autarquias locais, as universidades e os especialistas em tecnologias, na preparação do IIº Fórum Lusófono de Governação da Internet, em Cabo Verde.